Videogame: entretenimento x alto custo
Não é de hoje
que os videogames fazem sucesso tremendo no dia a dia da população, seja ela
criança, jovem ou adulto. Desde os primórdios o eletrônico já chamava bastante
atenção pela sua revolução, prendendo atenção e tempo até dos cientistas que o
desenvolviam nos grandes laboratórios. O Vídeo Game como conhecemos atualmente
é fruto de inúmeras transformações ocorridas ao longo de sua breve história.
Dos laboratórios às casas. De grandes e pesadas máquinas à pequenas e poderosos
aparelhos, com incrível capacidade de processamento.
Acompanhando o
desenvolvimento dos aparelhos, o mercado de games é um dos que mais crescem no
mundo. De mera brincadeira de criança, os jogos viveram grande revolução e hoje
se apresentam como itens essenciais no desenvolvimento econômico. Para se ter
uma ideia do expressividade desse mercado, no fim de 2010 o jogo “Call of Duty:
Black Ops” vendeu 5,6 milhões de copias apenas no primeiro dia de lançamento no
Reino Unido e Estados Unidos. O filme “Avatar” por exemplo, vendeu 3,2 milhões
de cópias no primeiro dia.
Segundo
pesquisa da Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games – ACIGAMES,
este nicho do mercado deve aumentar o faturamento em 20 bilhões de dólares em
até três anos. A pesquisa leva em conta o faturamento arrecadado em 2012 e
projeta até 2016. A projeção para 2013 é que a indústria de games arrecade nada
menos que 70 bilhões de dólares.
Nas últimas
semanas nos deparamos com grandes lançamentos no mercado de entretimento. A
Sony e a Microsoft despontaram na corrida para barganhar novos usuários no
extenso e global mercado de games, lançando Playstation 4 e Xbox One
respectivamente. Mas logo nos deparamos com uma surpresa não muito agradável. Era
esperado que o preço do Playstation 4 seguisse a tendência dos EUA onde o
console é vendido por U$399,00 (cerca de R$850,00), e chegasse ao Brasil com um
preço acessível. Em entrevista concedida em junho ao site de VEJA (antes do
lançamento), o CEO da Sony Computer Entertainment of America (SCEA), Jack
Tretton, afirmou: "Nossa meta é oferecer o PlayStation 4 no Brasil pelo
equivalente a 399 dólares." Não foi o que aconteceu. Um anúncio e uma
decepção. R$4,000 será o preço do aparelho. Em recente entrevista à UOL Jogos, Mark
Stanley responsável pela marca Playstation na América Latina afirmou que o culpado
pelo elevado preço é alta carga de impostos no Brasil. Será apenas isso?
O Xbox One
também não fugiu à linha do PS4. Lançado nos EUA por U$499,00, no Brasil o
console chega custando R$2,200. Agora você pode se perguntar: como um videogame
que custa mais caro que o concorrente nos Estados Unidos, chega ao Brasil mais
barato que o mesmo? Sigamos a lógica: PS4 – 399 dólares EUA/ 4,000 Reais Brasil;
Xbox One – 499 dólares EUA/ 2,200 Reais Brasil. Difícil de entender. Há até
quem faça comparações e piadas com a história. Com os mesmos 4 mil reais daria
para comprar 2 fuscas fabricados em 1980. 2 mil reais cada. Vale a piada.
Em infográfico
apresentado pela Sony, o preço do videogame está divido em:
R$858,00 – (PS4) + R$2,524 – (Importação
+ ICMS-ST e Impostos de MVA + ICMS Estadual + COFINS + PIS + IPI) + R$875,00
(Margem do Varejista e do Distribuidor)= 4,257. Com desconto de 258
reais oferecido pela Sony, o preço cai para R$3,999. Os jogos também não ficam
atrás no quesito preço, chegando alguns a custar mais de R$200,00. Quem poderá
ter acesso ao console? Claro que a parcela mais rica da população. Como é de
costume no Brasil, àquele que não tem dinheiro só compra um produto quando um
novo chega para substitui-lo e baixar seu valor. Assim como acontece com o
novo/antigo Playstation 3, lançado no Brasil por cerca de R$8,000 em 2007, hoje
está nas prateleiras por cerca de R$1,000, atraindo assim interesse de muitos
que não poderiam desembolsar tanto dinheiro. Quem não deseja um aparelho top de
linha? Todos nós e claro, e tenho confiança que daqui pra 2020 quando surgir um
Playstation 5, possamos nós desfrutar das novidades do 4. Até lá não faço
questão de entrar para os números do bilionário mercado de games.