Videogame: entretenimento x alto custo

15:06 Rodrigo Santanta (@eudigorodrigo) 0 Comments

         Não é de hoje que os videogames fazem sucesso tremendo no dia a dia da população, seja ela criança, jovem ou adulto. Desde os primórdios o eletrônico já chamava bastante atenção pela sua revolução, prendendo atenção e tempo até dos cientistas que o desenvolviam nos grandes laboratórios. O Vídeo Game como conhecemos atualmente é fruto de inúmeras transformações ocorridas ao longo de sua breve história. Dos laboratórios às casas. De grandes e pesadas máquinas à pequenas e poderosos aparelhos, com incrível capacidade de processamento.

Acompanhando o desenvolvimento dos aparelhos, o mercado de games é um dos que mais crescem no mundo. De mera brincadeira de criança, os jogos viveram grande revolução e hoje se apresentam como itens essenciais no desenvolvimento econômico. Para se ter uma ideia do expressividade desse mercado, no fim de 2010 o jogo “Call of Duty: Black Ops” vendeu 5,6 milhões de copias apenas no primeiro dia de lançamento no Reino Unido e Estados Unidos. O filme “Avatar” por exemplo, vendeu 3,2 milhões de cópias no primeiro dia.

Segundo pesquisa da Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games – ACIGAMES, este nicho do mercado deve aumentar o faturamento em 20 bilhões de dólares em até três anos. A pesquisa leva em conta o faturamento arrecadado em 2012 e projeta até 2016. A projeção para 2013 é que a indústria de games arrecade nada menos que 70 bilhões de dólares.

Nas últimas semanas nos deparamos com grandes lançamentos no mercado de entretimento. A Sony e a Microsoft despontaram na corrida para barganhar novos usuários no extenso e global mercado de games, lançando Playstation 4 e Xbox One respectivamente. Mas logo nos deparamos com uma surpresa não muito agradável. Era esperado que o preço do Playstation 4 seguisse a tendência dos EUA onde o console é vendido por U$399,00 (cerca de R$850,00), e chegasse ao Brasil com um preço acessível. Em entrevista concedida em junho ao site de VEJA (antes do lançamento), o CEO da Sony Computer Entertainment of America (SCEA), Jack Tretton, afirmou: "Nossa meta é oferecer o PlayStation 4 no Brasil pelo equivalente a 399 dólares." Não foi o que aconteceu. Um anúncio e uma decepção. R$4,000 será o preço do aparelho. Em recente entrevista à UOL Jogos, Mark Stanley responsável pela marca Playstation na América Latina afirmou que o culpado pelo elevado preço é alta carga de impostos no Brasil. Será apenas isso?

O Xbox One também não fugiu à linha do PS4. Lançado nos EUA por U$499,00, no Brasil o console chega custando R$2,200. Agora você pode se perguntar: como um videogame que custa mais caro que o concorrente nos Estados Unidos, chega ao Brasil mais barato que o mesmo? Sigamos a lógica: PS4 – 399 dólares EUA/ 4,000 Reais Brasil; Xbox One – 499 dólares EUA/ 2,200 Reais Brasil. Difícil de entender. Há até quem faça comparações e piadas com a história. Com os mesmos 4 mil reais daria para comprar 2 fuscas fabricados em 1980. 2 mil reais cada. Vale a piada.

Em infográfico apresentado pela Sony, o preço do videogame está divido em:
R$858,00 – (PS4) + R$2,524 – (Importação + ICMS-ST e Impostos de MVA + ICMS Estadual + COFINS + PIS + IPI) + R$875,00 (Margem do Varejista e do Distribuidor)= 4,257. Com desconto de 258 reais oferecido pela Sony, o preço cai para R$3,999. Os jogos também não ficam atrás no quesito preço, chegando alguns a custar mais de R$200,00. Quem poderá ter acesso ao console? Claro que a parcela mais rica da população. Como é de costume no Brasil, àquele que não tem dinheiro só compra um produto quando um novo chega para substitui-lo e baixar seu valor. Assim como acontece com o novo/antigo Playstation 3, lançado no Brasil por cerca de R$8,000 em 2007, hoje está nas prateleiras por cerca de R$1,000, atraindo assim interesse de muitos que não poderiam desembolsar tanto dinheiro. Quem não deseja um aparelho top de linha? Todos nós e claro, e tenho confiança que daqui pra 2020 quando surgir um Playstation 5, possamos nós desfrutar das novidades do 4. Até lá não faço questão de entrar para os números do bilionário mercado de games.

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